FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA - 26-29/nov




  • 26/nov - Nietzsche e o Superhomem- superar a si mesmo
  • 27/nov - Wittgenstein e a Lógica da Linguagem
  • 28/nov - Karl Marx - ideologia e Meios de Produção
  • 29/nov - Adorno e Horkheimer - Indiústria Cultural - AVALIAÇÃO Unidade II/2

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Filosofia Contemporânea



Contexto Histórico

Esse período é marcado pela consolidação do capitalismo gerado pela Revolução Industrial Inglesa, que tem início em meados do século XVIII.
Com isso, torna-se visível a exploração do trabalho humano, ao mesmo tempo que se vislumbra o avanço tecnológico e científico.
Nesse momento são realizadas diversas descobertas. Destacam-se a eletricidade, o uso de petróleo e do carvão, a invenção da locomotiva, do automóvel, do avião, do telefone, do telégrafo, da fotografia, do cinema, do rádio, etc.
As máquinas substituem a força humana e a ideia de progresso é disseminada em todas as sociedades do mundo.
Por conseguinte, o século XIX reflete a consolidação desses processos e as convicções ancoradas no progresso tecnocientífico.
Já no século XX, o panorama começa a mudar, refletido numa era de incertezas, contradições e dúvidas geradas pelos resultados inesperados.
Acontecimentos desse século foram essenciais para formular essa nova visão do ser humano. Merecem destaque as guerras mundiais, o nazismo, a bomba atômica, a guerra fria, a corrida armamentista, o aumento das desigualdades sociais e a degradação do meio ambiente.

Assim, a filosofia contemporânea reflete sobre muitas questões sendo que a mais relevante é a "crise do homem contemporâneo".
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“As ideias dominantes numa época nunca passaram das ideias da classe dominante”, Karl Marx



Karl Marx morreu pobre, esquecido e sem pátria: exilado em Londres, foi velado por apenas 11 pessoas, incluindo o coveiro. Suas ideias, porém, se refletiriam na vida de bilhões durante o século 20. 
Poucos pensadores exerceram influência política tão clara quanto Marx. Certamente, nenhum foi discutido com tanta paixão — mesmo por leigos. Um pouco disso se deve à missão que Marx julgava ter, hoje estampada em sua lápide: “Os filósofos apenas interpretaram o mundo de várias formas. 
A questão, no entanto, é mudar o mundo”. Foi com espírito revolucionário que o alemão, junto de seu amigo e financiador Friedrich Engels, lançou o Manifesto do Partido Comunista, em 1848 — texto curto que ainda hoje ofusca sua obra máxima, o muito mais complexo O Capital.
O panfleto conclamava os trabalhadores a se levantar contra a classe dominante, e se afinou com o sentimento da época. Após o Manifesto, no mesmo ano, várias revoluções sociais eclodiriam pela Europa. 
Quase todas foram esmagadas, mas ajudaram a pavimentar o caminho para reformas sociais. Marx diagnosticou que as mudanças históricas resultam do conflito entre a classe dominante e a dominada. Em sua época, tal antagonismo seria entre a “burguesia” (dona dos meios de produção) e o “proletariado” (que, sem os equipamentos e o dinheiro para produzir, precisa vender sua mão de obra para sobreviver). 
No pensamento marxista, o capitalismo geraria crises cíclicas que elevariam a pobreza, pois dela se alimentava. Marx acreditava que precisamente isso seria a ruína do sistema: o desenvolvimento aumentava o número de explorados, que por fim se uniriam pela revolução. 
A consequência seria uma sociedade sem classes, na qual os meios de produção se tornariam propriedade comum.

Para seus críticos, não há dúvidas de que Marx fracassou. A maioria dos países que tentou seguir a doutrina viu seus governos derrubados, como a União Soviética e as nações vizinhas, ou teve de mudar sua economia, como a China. 
Em nenhum lugar foi possível concluir a transição prevista por Marx, quando o “socialismo” orientado por um grupo de líderes revolucionários daria lugar ao “comunismo”, em que a própria ideia de Estado seria obsoleta. 
Os admiradores de Marx sustentam que, apesar dos muitos equívocos, algumas de suas análises foram precisas e seguem atuais. No Manifesto, por exemplo, ele havia apontado que a sociedade capitalista mudaria o formato familiar vigente até o século 19. 
Em 1998, o historiador inglês Eric Hobsbawm (um marxista convicto) escreveu: “Nos países ocidentais avançados, hoje quase metade das crianças é gerada ou educada por mães solteiras”.



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“Deus está morto”, 

Nietzsche



Aos 24 anos, Friedrich Nietzsche foi nomeado para lecionar Filosofia Clássica na Universidade da Basileia. O que podia ser o começo de uma promissora carreira acadêmica na verdade foi uma curta incursão, que durou apenas dez anos. 
Apesar da inclinação à rotina professoral, Nietzsche sofria com enxaquecas, problemas digestivos e respiratórios crônicos, que o fizeram abandonar o cargo na universidade. 
Na década seguinte, com ajuda de amigos e vivendo de uma minguada pensão, o filósofo realizou diversas viagens para outros países, atrás de climas mais amenos. Enquanto viajava, escrevia. Seus textos fizeram pouco sucesso na época. 
Assim Falou Zaratustra, por exemplo, só saiu porque o autor pagou parte da publicação do próprio bolso. Até que, em 1889, Nietzsche sofreu um colapso mental do qual nunca se recuperou.
O filósofo passou os últimos anos de sua vida entre manicômios e os cuidados de sua família. Faleceu 11 anos mais tarde, sem ter escrito mais nada. 
O que ele havia dito até ali? Valendo-se de textos romanceados e de personagens por meio dos quais manifestava algumas de suas ideias, ele se propôs a discutir o futuro de nossos valores morais. 
Quando escreveu “Deus está morto”, o filósofo não queria dizer que a entidade divina tinha deixado de existir — e sim questionar se ainda era razoável ter fé em Deus e basear nossas atitudes nisso. Nietzsche propunha que, recusando Deus, podemos também nos livrar de valores que nos são impostos. 
A maneira de fazer isso seria questionando a origem dessas ideias. Ele se definia como um “imoralista”, não porque pregasse o mal, mas por entender que o correto seria superar a moral nascida da religião.
De acordo com seus textos, tanto o pensamento cristão quanto certas doutrinas filosóficas (em especial a de Platão) davam a entender que o mundo em que vivemos é apenas “aparente”, havendo um outro mundo “real”, mais importante. 
No caso da religião, esse outro mundo só seria acessível após a morte. Para Nietzsche, essa ideia nos impedia de aproveitar a vida em prol de um objetivo imaginário. 

Ele dizia haver apenas um mundo — e afirmava que, quando percebemos isso, somos obrigados a rever nossos valores e aquilo que entendemos como humano. Influenciado pelo evolucionismo de Charles Darwin, Nietzsche sugere, em Assim Falou Zaratustra, o surgimento de um “super-homem” — um homem futuro, superior aos códigos morais da época do texto. Mais tarde, esse conceito seria distorcido e usado pelos nazistas para justificar sua ideia de uma raça superior e dominante.
EFEITO EXPLOSIVO
Nietzsche construiu sua filosofia juntando várias perspectivas sobre o mesmo tema. Ele não estava interessado em criar uma teoria fechada ou receitas acabadas, mas em experimentar. Toda a sua filosofia foi oferecer hipóteses interpretativas.
Mas seu experimentalismo dinamitou os alicerces da filosofia e do homem ao questionar a crença em Deus, as bases dos valores e a nossa própria forma de raciocinar amparada na dicotomia entre bem e mal ou certo e errado. 
Classificou os valores como “humanos, demasiado humanos” (nome de uma de suas obras) e não imutáveis como propôs Platão — o que os torna questionáveis.




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“Os limites da minha linguagem são os limites do meu mundo”, 

Wittgenstein



Herdeiro de um dos homens mais ricos da Europa, Ludwig Wittgenstein nasceu em Viena e viajou a Cambridge para concluir sua graduação em Engenharia. Mas se encantou pela lógica e resolveu ir a Manchester para estudar com Bertrand Russell. 

Seu único livro, Tratado Lógico-Filosófico, de 1921, se tornou um dos principais textos da história da filosofia e impactou todas as ciências ao impulsionar o movimento conhecido como positivismo lógico. 

O austríaco escreveu o livro enquanto era soldado, durante a 1ª Guerra. Nas 70 páginas de sua obra, empenha-se em definir os limites da linguagem e, consequentemente, de todo o pensamento. 


Ao concluí-lo, julgou ter resolvido todos os problemas da filosofia. Por considerar que não tinha nada mais a aportar à disciplina, resolveu se dedicar a outras atividades. 

Passados alguns anos, porém, começou a rever seu próprio pensamento, tornando-se um de seus principais críticos. Foi então que voltou a Cambridge, onde lecionou de 1929 a 1939.





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“Normalidade significa morte”, Adorno



Em meados do século 20, meios de comunicação como rádio, jornais e revistas começavam a atingir grandes plateias, mas o fenômeno demorou para despertar atenção da filosofia — até que Adorno resolveu se debruçar sobre o assunto em um dos capítulos do clássico Dialética do Esclarecimento, escrito junto com o amigo Max Horkheimer. 
Na obra, a dupla mostra como o saber está ligado a processos de dominação na história da civilização. As críticas se tornaram fundamentais para compreender não só o impacto das novas tecnologias de comunicação na sociedade, mas como o poder está mascarado pelo saber na atualidade. 
Filósofo, sociólogo, compositor musical e crítico de arte, Theodor Adorno foi um dos fundadores da Escola de Frankfurt, grupo informal de pensadores de orientação marxista. 
Quando se formou em filosofia, em 1924, já era amigo de Walter Benjamin e de Horkheimer, que também se firmariam como grandes expoentes da Escola.
Sua fama intelectual surgiria quase uma década mais tarde, com a publicação de uma tese sobre Kierkegaard, em 1933. Era o ano em que Hitler assumia o poder na Alemanha, obrigando Adorno e vários intelectuais a abandonar o país. 
A primeira parada foi Londres, onde lecionou três anos em Oxford. Em 1938, um convite de Horkheimer para dirigir o projeto de investigação radiofônica da Universidade de Princeton o levou aos EUA. 
O homem é tão bem manipulado e ideologizado que até mesmo o seu lazer se torna uma extensão do trabalho.... Frase de Theodore Adorno.O filósofo não gostou do que viu na América, mas o contato com o ambiente no qual os meios de comunicação estavam em frenética expansão foi fundamental para o desenvolvimento de sua obra. 
A observação de um universo regido por interesses, lucro e conveniências o motivou a refletir atentamente sobre a massificação da cultura. 
Para ele, os meios de comunicação de massa eram parte fundamental da indústria cultural, uma criação do capitalismo que molda a mentalidade das pessoas que aderem a ela inconscientemente. 
Adorno considerava que o rádio, por exemplo, semeava o conformismo e a resignação, tornando a população inerte frente a um sistema que desfigura a essência do ser. E a televisão sequer havia chegado.
Serás amado apenas quando puderes mostrar a tua fraqueza, sem provocar nenhuma força.... Frase de Theodore Adorno.
Em 1949, Adorno e outros colegas decidiram voltar à Alemanha e reconstruir em Frankfurt o Instituto para Pesquisa Social, que havia sido transferido para Nova York durante o nazismo. 
Rapidamente, chegou ao posto de diretor. O filósofo morreu em 1969, deixando incompleta sua Teoria Estética, em que defende a relevância do pensamento crítico. 
Cada ato profundamente crítico, dizia, é como uma garrafa lançada ao mar para futuros destinatários. 
Uma das mensagens dessa garrafa é de que a indústria da cultura engana constantemente seus consumidores ao prometer entregar-lhes uma felicidade plena que é irrevogavelmente ilusória.















Escola de Frankfurt

Surgida no século XX, mais precisamente em 1920, a Escola de Frankfurt foi formada por pensadores do “Instituto para Pesquisa Social da Universidade de Frankfurt”.
Pautada nas ideias marxistas e freudianas, essa corrente de pensamento formulou uma teoria crítica social interdisciplinar. Ela aprofundou em temas diversos da vida social nas áreas da antropologia, psicologia, história, economia, política, etc.
De seus pensadores merecem destaque os filósofos: Theodor Adorno, Max Horkheimer, Walter Benjamin e Jurgen Habermas.

Indústria Cultural

Indústria Cultural foi um termo criado pelos filósofos da Escola de Frankfurt Theodor Adorno e Max Horkheimer. O intuito era analisar a indústria de massa veiculada e reforçada pelos meios de comunicação.
Segundo eles, essa “indústria do divertimento” massificaria a sociedade, ao mesmo tempo que homogeneizaria os comportamentos humanos.

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