- 05/nov - Helenismo, Império Romano, Cristandade e Islamismo
- 06/nov - Patrística e Santo Agostinho
- 07/nov- Escolástica e Santo Tomás de Aquino
- 08/nov - Filósofos Árabes e o novo Aristotelismo -AVALIAÇÃO Unidade I/2
Período Helenístico - Helenismo
O Período Helenístico (ou Helenismo) foi uma época da história, compreendida entre os séculos III e II a.C., no qual os gregos estiveram sob o domínio do Império Macedônico.Foi tão grande a influência grega que, após a queda do Império, a cultura helenística continuou predominando em todos os territórios anteriormente por eles dominados.
Entre os séculos II e I a.C., os reinos helenísticos foram aos poucos sendo conquistados pelos romanos.
O pensamento filosófico helenístico era dominado por correntes:
- o Estoicismo, que acentuava a firmeza do espírito, a indiferença à dor, a submissão à ordem natural das coisas e a independência em relação aos bens materiais; e
- o Epicurismo, que aconselhava a busca do prazer.
- Também havia o Ceticismo que aconselhava a tudo duvidar.
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O Império Romano
é considerado a maior civilização da história ocidental.
Durou cinco séculos: começou em 753 a.C. e terminou em 476 d.C. Estendia-se do Rio Reno para o Egito, chegava à Grã-Bretanha e à Ásia Menor. Assim, estabelecia uma conexão com a Europa, a Ásia e África.
No sistema político de império, o poder político estava concentrado na figura do imperador. O Império Romano começou com Otaviano Augusto e terminou com Constantino XI. O Senado servia para apoiar o poder político do imperador.
O império sucedeu a República Romana. Com o novo sistema, Roma, que era uma cidade-estado, passou a ser governada pelo imperador.
Foi em seu início que o império conquistou a maior parte do poder. Até 117 d.C., ao menos 6 milhões de quilômetros quadrados estavam sob o domínio do império romano.
Sob o domínio do Império Romano estavam 6 milhões de habitantes. Roma, nessa fase, foi habitada por 1 milhão de habitantes.
Entre os pontos fundamentais para o sucesso do império estava o exército, que era profissional e atuava como uma legião. Sob o comando de astutos generais, Roma expandiu o poderio ao Mediterrâneo.
Características
- Essencialmente comercial
- Escravizava os povos conquistados
- O controle das províncias era feito por Roma
- Politeísta
- O governante tinha cargo vitalício
- A extensão era obtida por conquistas ou golpes militares
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A filosofia medieval
foi desenvolvida na Europa durante o período da Idade Média (séculos V-XV). Trata-se de um período de expansão e consolidação do Cristianismo na Europa Ocidental.
A filosofia medieval tentou conciliar a religião com a filosofia, ou seja, a consciência cristã com a razão filosófica e científica.
Isto pode parecer paradoxal em nossa época, mas naquele tempo era perfeitamente compreensível.
Características:
As principais características da filosofia medieval são:
- Inspiração na filosofia clássica (Greco-romana);
- União da fé cristã e da razão;
- Utilização dos conceitos da filosofia grega ao cristianismo;
- Busca da verdade divina.
Muitos filósofos dessa época também faziam parte do clero ou eram religiosos. Nesse momento, os grandes pontos de reflexão para os estudiosos eram: a existência de Deus, a fé e a razão, a imortalidade da alma humana, a salvação, o pecado, a encarnação divina, o livre-arbítrio, dentre outras questões.
Sendo assim, as reflexões desenvolvidas no medievo, ainda que pudessem contemplar os estudos científicos, não podiam se contrapor à verdade divina relatada pela Bíblia.
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A Patrística
Escola Patrística ou Filosofia Patrística, foi uma corrente filosófica cristã da época medieval que surgiu no século IV.
Recebe esse nome pois ela foi desenvolvida por diversos padres e teólogos da Igreja, os quais eram chamados de “Pais da Igreja”. Sua figura mais importante foi Santo Agostinho de Hipona.
Características da Patrística
A Patrística é considerada a primeira fase da filosofia medieval. Sua principal característica era a expansão do Cristianismo na Europa e o combate aos hereges.
Por isso, essa doutrina filosófica foi representada pelo pensamento dos Padres da Igreja, que aos poucos auxiliaram na construção da teologia cristã.
Baseada na filosofia grega, os filósofos desse período tinham como objetivo central compreender a relação entre a fé divina e o racionalismo científico. Ou seja, eles buscavam a racionalização da fé cristã.
Portanto, os principais temas explorados por eles estavam ancorados nas vertentes do maniqueísmo, ceticismo e neoplatonismo. São eles: criação do mundo; ressurreição e encarnação; corpo e alma; pecados; livre arbítrio; predestinação divina.
A Patrística e Santo Agostinho
Santo Agostinho (354-430) foi teólogo, bispo, filósofo e o principal expoente da Patrística. Seus estudos estiveram voltados para a luta do bem e do mal (maniqueísmo), bem como do neoplatonismo.
Além disso, ele focou no desenvolvimento do conceito de “pecado original” e do “livre arbítrio” como forma de livrar do mal. A “predestinação divina”, associada à salvação dos homens pela graça divina, também foi um dos temas explorados por Agostinho.
A Filosofia Escolástica ou simplesmente Escolástica, é uma das vertentes da filosofia medieval. Surgiu na Europa no século IX e permaneceu até o início da Renascimento, no século XVI. O maior representante da Escolástica foi o teólogo e filósofo italiano São Tomás de Aquino conhecido como “Príncipe da Escolástica”.
Além de ser uma corrente filosófica, a Escolástica pode ser considerada um método de pensamento crítico que influenciou as áreas do conhecimento das Universidades Medievais. Nesse método de aprendizagem diversas disciplinas estavam inseridas no currículo, as quais estavam divididas em:
- Trivium: gramática, retórica e dialética
- Quadrivium: aritmética, geometria, astronomia e música
Resumo
A Escolástica foi uma filosofia que esteve inspirada nos ideais dos filósofos gregos Aristóteles e Platão, além de ter uma fundamentação cristã.
Lembre-se que na Idade Média (V-XV), a Igreja possuía grande poder e comandava diversos aspectos sociais, políticos e econômicos.
São Tomás de Aquino foi o principal filósofo dessa corrente. Segundo ele, o segredo era racionalizar o pensamento cristão, ou seja, refletir sobre a aproximação entre a fé e a razão.
São Tomás de Aquino
Nascido na cidade italiana de Nápoles, Tomás de Aquino (1225-1274) foi um dos maiores representantes da Escolástica. Sistematizou aspectos do cristianismo apoiado sobretudo na filosofia Aristotélica.
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“Amo o pecador, mas odeio o pecado”, Santo Agostinho
Saiba mais sobre o estudioso que virou santo.
Nascido numa cidade pertencente ao que hoje é a Argélia, na época parte do Império Romano, Agostinho teve uma vida de esbanjamento e luxúria até os 32 anos.
Embora admirasse os ermitões que iam estudar as leis de Deus, ele só foi se converter no ano de 386, quando lecionava em Milão. Influenciado por Ambrósio, bispo da cidade, o futuro santo teve uma revelação espiritual depois de ler um relato da vida de Santo Antão do Deserto.
Antão era filho de ricos proprietários de terras e, como Agostinho, vivera seus primeiros anos de modo confortável e perdulário, mas, quando perdeu seus pais, decidiu doar tudo aos pobres e foi peregrinar pelo deserto, a exemplo de Jesus Cristo.
Agostinho ficou tão tocado pela história que decidiu entrar para a Igreja e regressar à África, onde foi ordenado padre pouco depois.
Na filosofia, ele recuperou os pensamentos de Platão para conceber a ideia de um Deus que pertencia a uma realidade perfeita, atemporal e imaterial.
Se hoje essa interpretação parece um tanto óbvia, certamente não era na época: o cristianismo era uma religião nova, que concorria com outras fés e ainda não havia firmado as bases de sua doutrina, incluindo uma interpretação sobre Deus.
Antes de se filiar à Igreja, Agostinho foi seguidor da religião maniqueísta, que via o bem e o mal como as duas forças que regiam o Universo. Influenciado por seu passado, tentou explicar a existência do mal em um mundo regido por um Deus bom e onipresente.
Até então, a Igreja via o homem quase como uma marionete de Deus, o que não explicava por que optamos por coisas erradas se estamos destinados a fazer tudo o que Ele quer. Agostinho inovou ao propor que Deus foi bondoso ao dar ao homem a escolha entre o bem e o mal.
Assim, os homens bons podem se separar dos outros e merecer a felicidade eterna. Agostinho morreu em 430, quando Hipona estava sitiada pelos vândalos, uma tribo em constante luta contra o poderio de Roma.
Eles conseguiram cruzar as muralhas após seu falecimento e incendiaram quase tudo – mas a catedral e a biblioteca deixadas por Agostinho ficaram intactas.
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“A razão no homem é como Deus no mundo”, São Tomás de Aquino
Saiba mais sobre o filósofo religioso.
Tomás de Aquino já havia investido nove anos de sua vida escrevendo a Suma Teológica, um total de 512 questionamentos filosóficos, quando algo estranho aconteceu.
Ele foi visto levitando diante de um crucifixo em seu convento de Nápoles. Em meio a uma oração, o próprio Cristo teria começado a falar com ele. Tomás nunca chegou a escrever sobre a experiência mística — nem escreveu mais coisa alguma.
A suposta aparição fez o religioso considerar “uma ninharia” tudo o que fizera até ali, desistindo de formular novas perguntas. Ele viria a falecer apenas três meses depois, aos 49 anos.
O futuro santo havia tentado conciliar sua fé com o raciocínio de Aristóteles para entender a origem do Universo – enquanto o grego afirmava que o Universo sempre existiu, a Bíblia dizia que Deus o havia criado.
Para Aquino, a ideia aristotélica de o Universo não ter um início definido não impedia o Cosmos de ter sido feito por Deus. Em Seu infinito poder, Ele teria condições de criar um Universo eterno.
O pensamento tomista sofreu altos e baixos até ser recuperado em 1879 pelo papa Leão 13, que o considerou uma das bases da filosofia cristã.
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“Um homem torna-se uma pessoa graças ao intelecto”, Al-Farabi
Conheça o filósofo que recuperou os gregos clássicos.
Pouco se sabe sobre a vida de Al-Farabi que, embora tenha escrito muito, abusou da modéstia ao fugir do registro da própria biografia.
Um dos fundadores do movimento filosófico muçulmano na Idade Média, ele seria chamado por seus contemporâneos de o Segundo Professor – uma espécie de herdeiro de Aristóteles, que seria o primeiro.
Al-Farabi marcou um novo passo na filosofia de seu tempo precisamente por ter recuperado as obras dos gregos clássicos, discutindo tanto os textos aristotélicos quanto os de Platão, que haviam caído no esquecimento na Europa medieval.
Os numerosos escritos de Al-Farabi também deixaram um legado semântico que curiosamente resistiu na língua portuguesa: de seu nome deriva o termo “alfarrábio”, usado para designar um livro antigo.
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“É preferível uma vida curta e larga do que uma vida longa e estreita”, Avicena
Conheça o filósofo dedicado à lógica e à medicina.
Dedicado à lógica e à medicina, assessorou muitos príncipes persas, tanto para curar doenças quanto para dar conselhos.
Embora se considerasse seguidor de Aristóteles, afastou-se dele a respeito da ideia aristotélica de que mente e corpo compõem uma coisa só.
Avicena promoveu o pensamento dualista — a ideia recorrente de que a mente, ou alma, seria distinta do corpo. Ou seja, a alma permanece mesmo quando o corpo morre, algo que tentou explicar na parábola do “homem voador”: se eu ficasse flutuando sem tocar nem ver coisa alguma, poderia não saber que tenho um corpo, mas ainda assim saberia que existo.
Quase 600 anos depois, Descartes recuperaria a ideia de que nossa existência é garantida pela consciência — ou, para o francês: “Penso, logo existo”.
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“O mundo é dividido entre homens com inteligência e sem religião, e homens com religião e sem inteligência”, Averróis
Conheça o filósofo que buscava conciliar o Islã com a obra de Aristóteles.
Como Avicena, buscou formas de conciliar o Islã com a obra de Aristóteles, cujos pensamentos eram considerados hereges no mundo muçulmano.
Natural do califado Almóada, onde hoje está a Espanha, Averróis tinha entre seus leitores o próprio califa, Abu Ya’qub Yusuf. Com as costas quentes, o filósofo conseguiu relativa proteção para formular suas ideias.
Para ele, o Alcorão só deveria ser lido de maneira literal pelos homens incultos — a elite esclarecida precisava entender que o livro sagrado não passava de uma versão poética da realidade.
As ideias de Averróis levavam à conclusão de que as indagações filosóficas e a religião podiam caminhar juntas: se a leitura mais óbvia de um trecho do Alcorão entrasse em conflito com a leitura culta (feita em geral pelos filósofos), aquele preceito não deveria ser seguido ao pé da letra, mas interpretado como uma mera parábola.
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